Por
Bruno Leal de Souza, 1286122
Iguatemi
– Salvador
Data
15/09/2017
Fonte: Bruno Leal |
Em Salvador, um professor de matemática, de uma escola estadual, vem obtendo sucesso ao resgatar tecnologias geométricas primitivas que facilitam os estudos das turmas das séries finais do ensino fundamental II a conquista de uma maior facilidade no entendimento sobre a disciplina, dado que estas proporcionam um entendimento mais concreto sobre os conteúdos nela abordados, deixando a constante abstração para outras ocasiões, tal como na realização de contas. E, para além, propicia na inclusão de indivíduos com necessidades educativas especiais decorrente das diferenças socioculturais.
De acordo com alguns
gurus da educação inclusiva, tal como Mrech, afirmam que “este
tipo de modalidade educativa é um processo de inclusão de
portadores de necessidades especiais ou distúrbios de aprendizagem
na rede comum de ensino em todos os seus níveis”. Todavia, para
segundo o professor Ferreira, atual Ministro da Educação, a
inclusão vai muito mais além. Para ele, “ela não diz respeito
apenas a indivíduos com deficiência, mas sim a todos que enfrentam
barreiras de acesso a escolarização ou mesmo à própria exclusão
social”.
No entanto, para o
professor Ramom, gerador desta iniciativa, a inclusão reside apenas
na inserção do aluno na atividade escolar mas também no ato de
proporcionar, a este tipo de aluno, um mergulho na sua disciplina,
com vistas a entender suas facetas e particularidades, o que leva ao
alunado a ideia de que não existem assuntos fáceis ou difíceis,
mas sim detalhes que necessitam ser percebidos e que possuem certa
relevância.
Segundo Ramom, “por
conta da imensa dificuldade dos alunos em perceberem um conhecimento
concreto na disciplina de matemática, eles terminam desistindo ou
mesmo deixando a disciplina de lado, apenas buscando passar para
livrar-se da matéria, mas sem um nível adequado de conhecimento do
“para que ela serve e onde ela se aplica” no contexto social”.
Devido a este fato, o professor não buscou por tecnologias atuais,
que dependem de aparelhos tecnológicos da atualidade, como os
computadores, notebooks e outros. Ele foi ao fundo do baú buscar
tecnologias matemáticas esquecidas ou em desuso, tal como balanças
rústicas e até mesmo o ábaco.
“É importante a
sociedade entender que quando nos referimos a tecnologia não estamos
falando de eletrônica, ou de coisas relacionadas com circuitos
elétricos, mas sim são formas de se disseminar um conhecimento ou
torná-lo mais palpável. A tecnologia é uma técnica, ou mesmo um
conjunto de técnicas, que auxiliam na execução de determinado
conhecimento. Hoje a calculadora é um equipamento eletrônico, mas
antes era apenas um ábaco que realizava as mesmas operações
matemáticas, a diferença que atualmente temos maior facilidade com
o cálculo. Agora, se a ideia é ensinar o aluno e mostrar para ele o
desenvolvimento do conhecimento matemático nos anos passados, não
podemos começar ensinando a ele com equipamentos de ultima geração,
mas sim daquelas tecnologias primitivas” afirma Ramom.
O professor vem
ganhando destaque entre os alunos do Colégio Estadual Herculano
Menezes, localizado no bairro de Sussuarana, devido a sua iniciativa,
e também vem ganhando apoio da própria direção da instituição.
Segundo Rosana, diretora da instituição, “começar a utilizar as
primeiras tecnologias que possibilitaram a construção de
determinado conhecimento não é a melhor estratégia para permitir
ao aluno um bom entendimento sobre a evolução do saber, mas sim
considera ser a única capaz de promover tal fato.”
“E para tanto, a
inclusão começa a partir desse ponto, vez que a maioria dos
objetos, ou tecnologias chamadas de primitivas, são fáceis de
encontrar até mesmo na rua, como com pedras, que geraram a ideia de
adição e subtração. Só que, não é apenas a facilidade de
encontro dos materiais que proporcionam a inserção do aluno na
dinâmica das aulas, mas sim a facilidade do entendimento sobre os
conteúdos. A forma como trabalhamos faz a classe perceber que o
saber surge das coisas mais simples e que estão presentes em nosso
cotidiano, e que estudar não é apenas coisa para os chamados
“nerds”, e sim para todos.” - cita o professor.
“Não podemos desejar uma
construção de um saber sólido partindo do presente para o futuro.
Para se ensinar necessitamos começar do passado para que possamos ir
em direção do futuro, porque será a partir daí que conseguiremos
entender o que mudou, o que não mudou e o que precisa ser melhorado
ou revisto.” - Ramom
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